Meias começaram juntos no Paraná, em 2005. Técnico da época lembra características e avisa: 'Eles têm tudo para fazer a diferença no clássico'
As lesões até tentaram impedir o reencontro de Maicosuel e Thiago Neves, mas eles estão confirmados no primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca, entre Fluminense e Botafogo, neste domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão. Amigos desde as categorias de base do Paraná, os dois vão se enfrentar pela primeira vez este ano vivendo momentos parecidos. Nesta temporada, o meia alvinegro já precisou tratar dois estiramentos na coxa direita e só voltou ao time na reta final da Taça Rio. Já o apoiador tricolor, que revelou vir atuando com um incômodo no joelho esquerdo, sofreu um estiramento no ligamento do tornozelo da mesma perna na última quarta-feira, mas conseguiu se recuperar a tempo.
No Paraná, os dois meias subiram ao profissional em 2005 e ajudaram o Tricolor Paranaense a terminar em sexto lugar no Campeonato Brasileiro. Só que eles jogaram juntos apenas por um ano, antes de Thiago Neves ser negociado com o Vegalta Sendai, do Japão, no início de 2006. Mas foi tempo suficiente para estreitar o laço de amizade.
- Costumo dizer que somos irmãos de pai e mãe diferentes. Passamos por muitas coisas juntos, que não temos como esquecer. Ele é um amigo que fiz no começo de carreira e que dou muito valor. Lembro que éramos tão fominhas na base do Paraná que chegávamos antes dos treinos para ficar batendo bola. Preferia tê-lo do meu lado, como já tive, mas o destino nos reservou coisas diferentes na carreira e estaremos frente a frente mais uma vez. Vamos precisar tomar cuidado com aquela canhotinha. Sei bem o que ela pode fazer - brincou Maicosuel.
com várias passagens pelo futebol carioca nas últimas temporadas, Maicosuel e Thiago Neves já se enfrentaram quatro vezes no Rio: duas pelo estadual de 2009 e duas pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, quando TN7 estava no Flamengo. O duelo está empatado, com uma vitória para cada um e dois empates. Mas o meia do Botafogo leva a vantagem de ter sido o único a balançar a rede no confronto entre os dois: foi há três anos, na derrota por 2 a 1 para o Fluminense na Taça Guanabara (veja os gols no vídeo acima).
- Sou até suspeito para falar do Maicosuel. É um cara que eu admiro muito e uma amizade verdadeira que fiz no futebol. Tenho certeza de que ficará para o resto da vida. Infelizmente não temos tido muito contato por causa dos nossos compromissos. Vou aproveitar a decisão para matar um pouco da saudade, mas quando a bola rolar é cada um por si - ressaltou o camisa 7 do Fluminense.
Luiz Carlos Barbieri, atual técnico do Brasiliense, foi quem treinou os meias em 2005, no Paraná. Ele substituiu Lori Sandri no comando da equipe na 24ª rodada do Brasileirão, na derrota por 2 a 0 para o Juventude. E logo na estreia, uma de suas substituições foi a troca de Thiago Neves por Maicosuel. Os dois pouco jogaram juntos naquele ano, mas o treinador lembra as características de cada um, vê o crescimento de ambos e aposta na dupla como protagonistas na decisão do Carioca.
- Eles já estavam no profissional, mas ainda não eram titulares. Com os treinos, vi a qualidade dos dois. Com o passar do tempo, o jogador acaba ficando mais inteligente, mais esperto, ganha mais experiência. Mas a característica não muda. O Maicosuel é mais agudo, gosta de agredir mais e tem mais velocidade. O Thiago Neves já é mais finalizador, pega melhor na bola, não tem tanta movimentação e velocidade, mas coloca o companheiro na cara do gol. Eles têm tudo para fazer a diferença no clássico - destacou o técnico, que gostaria de ver seus ex-pupilos em um mesmo time novamente.
- Os dois juntos hoje? Pelo amor de Deus! Eles se completariam em campo e, mais experientes como estão, formariam um meio de muita qualidade.
Casos do início da carreira: Mago ‘andarilho’ e TN7 ‘arteiro’
Barbieri conta que conheceu Maicosuel bem antes do Paraná, quando trabalhava nas divisões de base do Guarani, de Campinas. Sem saber precisar o ano, ele lembra que o jogador não tinha sorte no início da carreira por causa de seu porte físico, e virou uma espécie de “andarilho” ainda na base.
- O Maicosuel esteve no Guarani na época em que eu era coordenador da base. Ele chegou a fazer teste, mas acabou não ficando por ser muito fraco, miudinho, magrelo... Mas a qualidade dele era indiscutível. Queríamos ficar com ele, falei que valia a pena investir, trabalhar em termos de alimentação, suplementos, só que o pessoal da diretoria não quis. Por causa do porte físico, ele rodou por muitos clubes no interior de São Paulo - afirmou.
O técnico também recorda que, muito antes de Thiago Neves aparecer numa polêmica nacional, quando assinou um pré-contrato com o Palmeiras e continuou no Fluminense, entre 2007 e 2008, o meia já aprontava das suas na base do Paraná. Segundo o comandante, foi preciso orientar o jovem apoiador, então com 20 anos, após alguns atos de indisciplinas.
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