Ausência do centroavante dá dor de cabeça. Ou técnico promove estreia de Betinho contra o Atlético, ou joga sem homem de área após 74 partidas
O atacante Hernán Barcos desfalca o Palmeiras depois de ter feito 21 jogos seguidos desde a sua estreia pela equipe, em fevereiro deste ano. Por isso, o técnico Luiz Felipe Scolari tem trabalho para eleger o substituto do argentino no duelo decisivo da Copa do Brasil contra o Atlético-PR, nesta quarta-feira, às 19h30m (horário de Brasília), que vale vaga nas semifinais da competição. Na terça, o técnico terá um desafio: ou escala o time com o recém-chegado Betinho, ou fica sem um centroavante pela primeira vez em mais de um ano.
A última vez em que o Verdão começou uma partida sem um centroavante foi em 9 de abril do ano passado, quando Luan e Adriano Michael Jackson formaram o ataque na vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio Prudente, no Canindé – na ocasião, Adriano tentou realizar a função. Desde então, foram 74 jogos seguidos com pelo menos um homem de área em campo – às vezes até dois. Por isso, desde a classificação contra o Paraná, nas oitavas de final, Felipão reclamava da ausência de um reserva para Barcos, que levou o terceiro cartão amarelo no empate por 2 a 2 com o Furacão, semana passada.
A contratação de Betinho, ex-São Caetano, foi realizada em caráter de urgência. O clube quer utilizar o atacante Caio, do time B, mas ele está machucado e não pôde ser inscrito a tempo na Copa do Brasil. Assim, se Felipão não quiser mudar o padrão do time, terá de promover a estreia do atacante, que só fez um gol no Campeonato Paulista e chegou cercado de desconfiança.
– O Betinho foi apresentado e vai suprir uma necessidade, mas o Palmeiras sabe que precisa de mais um jogador na posição. Tendo dois centroavantes para a reserva, estamos tranquilos – afirmou Felipão.
O Betinho foi apresentado e vai suprir uma necessidade, mas o Palmeiras sabe que precisa de mais um jogador na posição"
Felipão
Até um mês atrás, o Palmeiras vivia fartura de jogadores na posição. Ricardo Bueno e Fernandão se revezaram nos primeiros sete jogos da temporada – quatro para Bueno, três para Fernandão. No oitavo jogo, Barcos virou titular e não saiu mais, deixando pouco espaço para os concorrentes. Sem se lembrar da possibilidade de o atacante se machucar ou ficar suspenso, o clube liberou os dois reservas e ficou com um buraco no setor. O preço está sendo pago às vésperas de uma decisão.
Em 2011, depois do jogo contra o Grêmio Prudente, Felipão teve outros três jogadores de área – Kleber, Dinei e Wellington Paulista. Apesar de não ter o porte de um camisa 9, Kleber era considerado um autêntico centroavante pelo técnico, que deu poucas chances a Wellington justamente por isso. Seu sistema tático não comportava dois jogadores de área. Normalmente, o comandante monta o ataque com um jogador mais leve, que joga pelas pontas, e um mais pesado, finalizador.
Se for abrir mão do esquema do último ano, Felipão tem pelo menos três opções de diferentes impactos: Luan, Maikon Leite e Vinícius. O primeiro iniciou a carreira como centroavante no São Caetano, e pode ser improvisado na função em caso de necessidade. Maikon é jogador de velocidade, mesmo estilo de Mazinho, atual companheiro de ataque de Barcos. Já Vinícius se aproxima um pouco mais de um centroavante, mas também costuma sair da área. A dúvida será desvendada depois do treino desta terça-feira
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