Com grande atuação da goleira Chana, Brasil arranca vitória suada na Caixa de Cobre; Aldo Rebelo vibra no primeiro tempo, mas vai embora no segundo
De longe, a torcida deve ter achado que era algo parecido com um pijaminha. De perto, as croatas viram que era algo bem mais "animal". Na estreia do handebol feminino nos Jogos de Londres, as meninas do Brasil foram à quadra da Caixa de Cobre com as mangas da camisa e o calção estilizado, reproduzindo animais da fauna verde-amarela em meio a estampas de onças e araras. Com a bola na mão, ficou claro que o sonho da medalha não é papo de torcedor otimista - e olha que o torcedor otimista da vez era o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, na primeira fila da arquibancada. A equipe cozinhou a Croácia e, num jogo parelho até o fim, arrancou a vitória suada por 24 a 23.
Com a goleira Chana salvando várias bolas e o ataque comandado por Alê, Deonisia e Duda, o Brasil abriu com vitória a sua terceira participação olímpica, diante da estreante Croácia. A equipe nacional volta à quadra nesta segunda-feira, às 15h30m (de Brasília), para enfrentar Montenegro. O grupo A tem ainda Grã-Bretanha, Rússia e Angola. Os quatro primeiros de cada chave avançam às quartas de final das Olimpíadas.
Estreando em Jogos Olímpicos, a Croácia entrou em quadra com fome de gol. Fez o primeiro logo aos 37s, com Kristina Franik, que também fez o segundo três minutos depois. Em menos de dois minutos, no entanto, Deonise e Duda marcaram para o Brasil e igualaram o placar. Com mais um de Deonise, as brasileiras tomaram a dianteira e passaram a cozinhar o jogo.
E a estrela de Chana começou a brilhar. Depois de uma defesa espetacular de um ataque sem marcação de Anita, a goleira viu Fernanda marcar dois gols, sendo um por cobertura, e Alexandra anotar de sete metros. Depois defendeu um tiro de sete metros de Kristina com a mão esquerda. A equipe verde-amarela se manteve à frente até os minutos finais do primeiro tempo, mas bobeou e sofreu a virada pouco antes do intervalo: 10 a 9.
O técnico Morten Stoubak não parava de orientar as meninas, na maior parte do tempo agachado sobre um dos joelhos. Do outro lado, o treinador Vladimir Canjuga gritava e espalhava sua voz rouca pela Caixa de Cobre.
Veio o segundo tempo, e a Croácia logo abriu 11 a 9. Por pouco tempo. Sozinha no contra-ataque, Fernanda igualou o placar, e Alê marcou com categoria para abrir 13 a 11. Os quatro gols seguidos animaram o Brasil, mas não intimidaram as europeias, que voltaram a correr atrás no placar e viraram outra vez.
Chana voltou a aparecer em duas belas defesas com o pé, vibrando muito em cada uma delas. O placar, no entanto, continuava num vaivém de agitar os nervos. Até a torcida ficou mais apreensiva quando a partida caminhou para os dez minutos finais.
Alê fez um golaço pela direita e animou a torcida brasileira atrás do gol croata, abrindo 21 a 19. Pouco depois, caiu com dores na coxa. A maca chegou a entrar na quadra, mas foi só um susto. Na sequência, mais um golaço, do mesmo lugar, e o Brasil abriu sua maior vantagem: três gols, a cinco minutos do fim.
A Croácia ainda complicou o jogo de novo, cortando para apenas um gol de diferença. Mas o Brasil segurou a vantagem até o fim e festejou a vitória na estreia.
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